18 julho 2009

Music face to face

Uma disposição diferente para se ouvir música surgiu desde que a tecnologia possibilitou o armazenamento do som. Levar música para casa foi um avanço em termos mercadológicos, mas também um fato revolucionário do ponto de vista sociocultural, um "vandalismo artístico" de que fala Antony Hopkins, uma fragmentação cognitiva experimentada pela sociedade contemporânea. No tempo individual, diametralmente oposto à velocidade dos acontecimentos, o que significa 'desligar' Mozart ao chamado do telefone e ler apenas as manchetes dos jornais? O que significa o recorte imposto pelo mundo moderno que nos faz priorizar o efêmero (a chamada) em detrimento do estável (a gravação)? A música que convive com a realidade do play/ pause/ repeat/ skip/ random, em novas formatações e escutas improváveis, torna-se o quê? Um acessório ou uma ponte para a diversidade? Recriada no tempo/espaço, é matéria de uma nova arte ou entulho na embrulhada audivisual do mundo globalizado? Será o surrealismo sonoro? A "experimentação total da esterilidade"? (parafraseando o Dalí), ou a crazy animation com paisagens oníricas de um tempo de verão?


03 julho 2009

A tempo: há tempo?

Sou do tempo. No tempo. Só tempo.