27 abril 2009

Momento de fúria I

A era das armas biológicas - quiçá disfarçadas de gripes epidêmicas letais - está aí. O homem, que não enxerga mais nem meio palmo adiante da cara, fermenta na obtusidade. O avanço tecnológico, a ganância corporativista e o retrocesso jurídico caminham de mãos dadas. Enquanto isso, montadoras continuam a desafogar seus pátios, mas o trânsito já parou faz tempo. Democracia, digo, demagogia (é por acaso?). Jornal e press release (qual é mesmo a diferença?). E o matuto (que atira no que vê e acerta no que não vê) dispara de lá: "Eita, calorão, sô! Culpa da globalização!". Epa, epa, epa!, diria o tipo fake encarnado pelo Fagundes naquela novela... qual é o nome... por que diabos eu nunca consigo lembrar o nome de nenhuma novela? Qual era mesmo o assunto antes de baixar aqui esse mau espírito mirisolense? Ah, tá, eram os excessivos Gogol Bordello. Aqui, uma boa matéria em português sobre essa babel étnica apocalíptica.

22 abril 2009

Yes, nós temos Tom Zé!

Cinquenta anos depois que a Bossa Nova 'inventou o Brasil', tinha que ser Tom Zé para reinventar a Bossa. O arremate dourado da trilogia que se debruça sobre o samba e seus congêneres com inteligência, irreverência e concupiscência.. uau... escarafuncha o que a tralha eletrônica nunca ensaiou fazer... entre autópsias e arrepios, solapa e exalta bimbons em sétimas e nonas "ou coisa que o valha"... Só mesmo o tom ardil desse Tom.


10 abril 2009

Aimer et humeur

Do cemitério direto para a Paris dos anos 50. Não me perguntem por que, mas esse tema do Alain Romans, como diz o verso de Aldir Blanc (ou será Guinga?), 'me faz respirar'... E nada melhor que un musique mémorable para compor a genialidade sui generis do Tati/Mr.Hulot, minha paixão.

06 abril 2009

Toca Eliiiiiis!


E eis a foto que fiz da lápide de Elis. É isso mesmo. Tinha esse poster aí ao lado, um tanto desbotado, e mais um punhado de flores castigadas pelo sol. Confesso que tive vontade de levar comigo o quadro, mas aí fiquei com medo do tamanho da profanação... Claro que isso faz tempo, naquela fase de identificação com o ídolo em que você não consegue discernir o grau de razoabilidade de seus impulsos. Tal e qual os fãs de Raul, me vi sentada na grama e aos prantos. Por pouco não entrei numas de ficar ali cantando o repertório clássico da Pimentinha... Melhor pular a parte do trajeto até o Cemitério do Morumbi, minha pobre mãe que o diga (pais de adolescente entram em cada tranco...). Resta a lembrança nostálgica daquele momento quando, aos pés da sepultura da maior cantora que este país já teve, percebi que realmente ELIS VIVE!